Só que não foi o caso neste fim de semana, em Monza, circuito que exige algo mais de experiência e cabeça, já que o risco de acidentes sérios é diretamente proporcional às velocidades atingidas. E não foram poucos os casos: Lance Stroll, Matthew Rao, Ryan Tveter e Dorian Bocolacci voaram perigosamente, e muita gente acabou vitimada sem a menor culpa (Serginho foi um deles, atingido a meia-nau a ponto de o pai revelar que estava com o coração na boca. Um dos novatos, Alessio Lorandi, também vindo do kart, manifestou sua preocupação nas redes sociais e postou essa foto que eu reproduzo aqui, da reportagem da respeitadíssima Autosprint sobre a prova, com o título “Além dos limites da segurança” – vale lembrar que a terceira corrida foi encerrada antes da hora para evitar acidentes ainda mais sérios.

Curiosamente tudo ocorre depois que Max Verstappen, o louvado e elogiado exemplo de maturidade, capaz de saltar da F-3 para a F-1 com apenas 17 anos, aprontou das suas em Mônaco, esquecendo-se que não estávamos numa bateria de kart, e levou consigo Romain Grosjean. Concordo que a molecada está cada vez mais precoce e mostra, ao menos fora da pista, seriedade e responsabilidade de gente grande. Só que o comportamento deveria se manter uma vez baixada a viseira. Mais experiente da turma, o sueco Felix Rosenqvist, de 24 anos, também deu o grito, e é de se cobrar ação mais rigorosa dos comissários, mesmo porque a categoria ainda visitará Spa-Francorchamps. De nada adianta ter talento e capacidade suficientes para domar os duzentos e poucos cavalos se a mentalidade ficou lá atrás, no começo de carreira, quando bater rodas era coisa normal. E não é assim que um novo Verstappen será garimpado, seja para o circo, o DTM, o Mundial de Endurance ou o que quer que seja. Calma, molecada…