Quem levantou a lebre foi a revista Racer, que não é senão a emanação da Autosport nos EUA. Ben Keating, piloto e dono do Team Viper Exchange, que compete com um Dodge Viper SRT GT3, na classe GTD da endurance do Tio Sam, cobra da IMSA, organizadora da competição, e dos administradores do circuito de Laguna Seca, algo em torno de US$ 400 mil (R$ 1,6 milhão, para arredondar) de indenização por ter tido o carro atingido por uma peça de metal que se soltou na segunda volta da quarta etapa da temporada, em maio – ao que tudo indica a passagem dos protótipos teria levantado o tal bueiro.

Eu até entendo a decepção com o ocorrido, mas, assim como a história da torta, vejo um exagero imenso. Antes de mais nada, não dá para dizer que na segunda volta de uma corrida de duas horas e 40 minutos de duração qualquer resultado estaria garantido. Não sei, por exemplo, se algum piloto ou equipe chegou a alertar a direção de prova do problema – se fosse o caso, teríamos uma bandeira amarela e tudo se resolveria. O belíssimo traçado próximo a Monterey sempre foi muito bem cuidado e vamos combinar que poderia acontecer em qualquer instante, em qualquer lugar. E se Keating tivesse sido jogado para fora da pista por um rival, tentaria processá-lo também? Por essa lógica, vai chover processos contra os organizadores do GP de Cingapura, que deixaram um maluco atravessar a o circuito como se nada fosse. Sinceramente não sei o que será mais absurdo: se o fato de buscar compensação financeira por um incidente de corrida (eu sei, bueiros não devem se soltar, como guard-rails se quebrar, e por aí vai…) ou a possibilidade de se abrir um precedente perigoso e qualquer fato semelhante ser passível de indenização…